doe sangue e faça alguém nascer de novo

O pior dia da minha vida 12.02.2010

Recebemos a visita de uma Dra. Vascular logo pela manhã, veio dar uma conferida no braço com as bolhas e inchado. A estas alturas o Lucas dizia que não sentia mais a mão e tinha muita dor.

Ela examinou ele, me chamou e disse que teria que abrir o braço dele fazer uns quatro cortes para a descompressão do braço, o que eles chamam de facectomia (acho que é assim que escreve).

Disse-me que precisavam fazer isso o quanto antes porque a pele era a última a sofrer e a dele já estava cheia de bolhas, então se a pele já estava neste sofrimento imagine por dentro! Precisava ser feito o quanto antes porque estava correndo risco de amputação caso os tecidos já estivessem morrendo. Nossa fiquei maluca com essa notícia, liguei para o meu marido vir para o hospital comigo.

Ele estava muito anêmico precisaria fazer umas transfusões antes da operação. Desci na frente do hospital para tomar um ar, estava precisando, quando voltei olhei pro Lucas e ele me olhava com um olhar parado, parecia que pedia ajuda. Chamava por ele e ele não me respondia e uma lagrima caiu de seu olho, vi que estava com dificuldade de respirar. Abri a porta do quarto na UTI e comecei a gritar as enfermeiras e médicos desesperada, correram todos tudo aconteceu numa fração de segundo, tiraram-me do quarto e intubaram meu filho. Que cena horrível ver meu filho sem cor, com aquele respirador na boca, inchado, sedado..... os médicos vieram me falar como ele teve este apagão precisariam fazer uma tomografia cerebral para verificar se não havia tido sangramento cerebral. Nãoooooo, eu só pensava e dizia isso sem para, não, não pode ser, isso não aconteceu com ele........

Tomografia feita e realmente não houve o sangramento graças ao meu bom Deus. Em meio a estas confusões nossos amigos iam chegando, meu irmão, minha sobrinha, todos aqui para nos apoiar. Eu repetia como um mantra, “Deus salva e cura meu filho” repeti isso o dia inteiroooo

Da tomografia direto para o quarto em isolamento na UTI, começaram as primeiras transfusões, precisavam aumentar suas taxas para fazer a cirurgia sem riscos de hemorragia.

Nos disseram que deixariam para o dia seguinte, sábado 13.02, devido aos problemas que ocorreram. Como ele estava inconsciente, não quis ficar sozinha aqui no hospital e fui para casa com meu marido, voltaríamos cedo para hospital porque provavelmente a operação seria pela manhã já que não podiam mais aguardar.

Acho que fazia mais ou menos 1 hora que havíamos chegado em casa quando meu celular toca, meu coração quase voa pela boca, era para avisar que fariam a cirurgia na sexta, às 23h, as taxas haviam subido e não tinham mais tempo a perder. Tomamos um banho e voltamos para o hospital. Chegando aqui a Dra. Veio falar conosco, falou que cada minuto perdido era mais risco de amputação. Descemos para o bloco cirúrgico e ela veio com um termo de amputação para eu assinar, assinei sentindo meu coração amputado. A Dra. Disse que se fosse o caso de amputação mesmo ela viria nos dizer antes do procedimento. Vocês imaginam o nosso estado, meu e de meu marido, na sala de espera do centro cirúrgico. Rezei muito, alias acho que nunca rezei tanto em um dia só na minha vida, e continuava repetindo meu mantra.

Claro que para mim o mais importante era a vida do meu filho, mas sofria porque ninguém quer ver seu filho amputado e porque imaginava que ele ficaria muito abalado emocionalmente ao acordar e ver que não tinha um braço. Um adulto, de certa forma consegue encarar a situação de uma forma melhor, mas um adolescente de 16 anos, não é mole.

Esperávamos e o tempo não passava, até que a Dra. Abre a porta do centro cirúrgico e num pulo estávamos nós na frente dela doidos de agonia para saber o que ela tinha para nos dizer. Ela disse que o braço estava com musculatura e vasos preservados, rosinhas e que o sangue voltara a circular, e que ela já havia rasgado o termo de amputação. Nossa que alegria, obrigada Deussssss. Que dia dificillll, fomos do inferno ao paraíso várias vezes no mesmo dia. Brincamos que matamos um leão por dia, na sexta matamos 2.

Já eram 1:30h da madrugada e eu e meu marido correndo pelos corredores do hospital para sair na rua pela emergência, respiramos fundo e aliviados, nossa passou, mas precisávamos dormir porque temos que estar sempre preparados caso aparece outro leão.

Dormimos os dois no hospital.

1 Coment�rio:

Unknown disse...

leticia, te desejo força. como mae e como mulher.pois sei que deus com certeza vai te fortalecer todos os dias e em todos os momentos de sua vida.nao tenho blog mais estava animada a fazer um, e com a historia do seu lucas,me senti mais e mais animada a fazer.vou estar sempre entrando em seu blog para saber noticias do seu filhote, e sei que vou ter noticias positivas e boas.desde ja um grande abraço e força sempre.um beijo carinhoso ao lucas.

Postar um comentário

Comente aqui, seu comentário é muito importante para nós.

 

©2009 Leucemia Mieloide | Template Blue by TNB, customizado por Adelson Smania